Soneto de duas bocas


No torpor extasiado do arrepio,
Sonho generoso e egoÌsta;
Tomba-me o livro das m“os, e, por um fio,
N“o perco a p·gina e do sonho a pista.

O sonho È da possibilidade rouca
De compartilhar em comunh“o de bocas
(a minha e mais uma de muitas outras)
O sorriso leve e embaÁado,

No assombro sÛ e engraÁado.
A constataÁ“o do sublime e solit·rio
Mundo que por pena clama

Cumplicidade no poema de Quintana:
Minha boca n“o È como um ros·rio
Que sozinho expressa seu lamento.